segunda-feira, janeiro 16, 2012

Eu me pertenço ao que acredito


E quando a tarde se vai em uma melodia de longe, muito longe, me coloco submissa ao que acredito. Faz de conta que nem estou tão sozinha e que o que acredito se coloque como realidade sobre a minha paisagem.

E se a palavra ainda me construir, me coloco de braços abertos ao que velo e ao que sinto, como quem se coloca no altar ao que for mais importante.

O que sinto tem endereço e chama para si uma imensidão de sons e gestos que só são perceptíveis a quem como eu, vê ao longe e ao largo esse desejo tão grande de chover, onde terra seca era a palavra prática que ensaiava a esperança.

Todas os verbos recriam em mim uma modalidade inesperada de renascer, quando todas as ordens já tinham sido dadas em contrário.

Eu existo, e o verbo em mim me renova em contrário.

38 comentários:

Anjo disse...

Quando o vulcão que adormecia no dentro explodiu em mim, foi no teu espaço que eu encontrei abrigo, foi no teu verbo que fiz meu refúgio.... e minha calma veio suave, talvez como a brisa de uma tarde qualquer, mais trazendo a imensidão das palavras que fervem no teu faz conta, recriando meu cenário e ousando dividir contigo tua irrealidade tão real.

Dira disse...

Quando o vulcão em nós explode nada fica como era antes, tudo acorda. Não sei se pra sofrer mais, ou, talvez para compartilhar uma multidão de imagens que acalentamos em esperança de vontades. Que bom que divides o bom e a descoberta...assim o deserto vai parecer jardim. Puxa o banquinho, toma um café, ou, se preferir, tem chá quentinho no fogão.

Anjo disse...

Essa mistura de força e encanto que tem no teu verso por vezes me domina....é como uma conspiração cósmica que faz transcender os teus limites...te sinto como um pintor que revela um pouco de si em cada traço...e assim fui me permitindo ser íntimo e aceitar o chá quentinho...quem sabe um chá verde...com sabor amargo...prá disfarçar o gosto que ainda existe. na boca

Dira disse...

O fogo tá ali, aceso. E as ervas, colhemos aqui, no dentro. Mude a cor, mude a paisagem, chore os seus mortos, lamente os seus vivos... e se quiser chocolate, tem em estoque, isso muda o gosto na boca.

Dira disse...

como eu disse... o meu verso é o meu sustento. o que me mantém viva e gritando. como a poesia q se renova, mas se mantem com outra cor.

Anjo disse...

E é esse arco irís que encontrei no teu avesso que te faz diferente...mais isso só pode ser visto por alguns....meros mortais sairiam ilesos....então, esquenta o chocolate...prá não esfriar nem o verbo ...nem o coração...se solta...grita...que assim escuto teu eco.

Dira disse...

eu tenho gritado todos os dias e em todos os minutos. do telhado, das nuvens, nas ruas, nas palavras, nas ações e nas atitudes, quem sabe assim Deus me ouve e põe compressas em minhas dores. Chocolate quente não suaviza as faltas mas alimenta ainda mais as ausências. Você está aqui, então a gente grita junto.

Anjo disse...

Então vamos combinar....o grito não fica mais contido....pois em conjunto o eco é mais forte....o vazio será reprimido.... e vamos deixar as ausências em cima da mesa...porque também não consigo pensar em um lugar melhor para deixar....mais do chocolate...esse eu não abro mão...eu quero toda a essência do doce.Eu sou um Anjo e tô aqui!

Dira disse...

puxa a almofada ali no canto. traga pra perto.

Anjo disse...

Já estou em casa...meu coração é minha sala de estar...e vou pegar a almofada sim!...e quero me sentar ao lado....pois eu gosto dessa coisa de proximidade...é parte do meu eu. E o teu eu onde está....???

Dira disse...

pertinho. onde o seu eu possa ouvir o coração pulsar, verso a verso. porque sou inteira até quando me divido e me reparto. se eu não estiver aqui, não estarei em nenhum lugar a mais.

Dira disse...

em tudo tudo é a sala, o jardim, o túnel, a fala, a escada, o sótão, a janela aberta, e a gaiola aberta. nada prende se a tua alma já não estiver aqui. tu me compreendes?

Anjo disse...

Um coração de verdade não se pode compreender ...nem entender....nem tentar fugir...e eu sinto!...intensamente...e bebo no teu verbo...um pouco de tudo que posso absorver de você...tento e procuro conhecer todas as madalenas escondidas...e ver de qual eu gosto mais..a.cho que de todas.

Dira disse...

vc vem de lá, do voando?

Anjo disse...

Sim!... venho voando de um céu imaginário....recriando teus sonhos...repintando teu mundo...me encaixando em teu cenário...e nem sei se posso....mais em passos curtos...vou invadindo teus espaços..me dá licença?

Dira disse...

Bom dia, anjo. O tem que pra hoje? Não dormi, não sonhei, as noites tem sido pesadas com dia q teima em deitar comigo. Bom te ler cedinho na minha página.

Anjo disse...

Hoje apenas queria tomar um café contigo....falar de emoções contraditórias ....preencher os vazios....e quem sabe te oferecer biscoitos...para adoçar mais os sentimentos....o açúcar ajuda a alimentar os sonhos...pode se sentar ao meu lado....há sempre espaço para os bons de coração...e os de palavras fáceis....e principalmente para os que tem autenticidade no olhar....eu vejo teus olhos!

Dira disse...

anjo... vou ficar mal acostumada. pq em mim as palavras já são, independente de quem as venha ler. como um caderno escrito e deixado sobre a mesa, mas escrito em braile onde poucas pessoas sabem ler. e eu, andarilha de templos submersos, creio na existência dos dons de ser só.

Dira disse...

vem tomar o café e eu te conto mais.

Anjo disse...

Ninguém fica mal acostumado em dividir o que se tem de melhor....e o teu melhor está ali, escrito no caderno de capa dura...mais de conteúdo leve de ser ingerido....e eu sei ler braile...já sinto na ponta dos dedos as tuas falas....e no coração o teu grito....e no pensamento teu silêncio....quero o meu café puro...prá combinar mais com o teu verbo.

Dira disse...

café puro, forte, sem açúcar e com muito afeto... estás servido?

Anjo disse...

Servido sim!...sempre gostei dos sabores fortes e encorpados...da falta de medo da vida....do pisar no improvável....e apesar de todas as feridas não cicatrizadas...não deixo o medo ecoar...visto minha armadura de forte e sigo...solto o verbo...a fala...e aprecio o gosto que fica na boca...hj é doce...amanhã não sei...mais tb precisamos do amargo pra poder balancear as estruturas divinas que existe dentro de cada um.

Anjo disse...

Triste....:(...ou fechada prá balanço?

Dira disse...

triste e cansada, anjo. nunca fecho pra balanço pq em mim o tempo de parar e recomeçar tem a escala no calendário de todos os dias. só queria colo, hje e a cia para chorar em silencio.

Dira disse...

acho q o meu corpo pediu licença de mim. tem colo ai, anjo?

Dira disse...

sabe naqueles dias que vc só queria sentar em uma cadeira reclinável de frente pro mar e não pensar em nada? vem comigo, anjo?

Dira disse...

Coisa mais linda que já li: "Servido sim!...sempre gostei dos sabores fortes e encorpados...da falta de medo da vida....do pisar no improvável....e apesar de todas as feridas não cicatrizadas...não deixo o medo ecoar...visto minha armadura de forte e sigo...solto o verbo...a fala...e aprecio o gosto que fica na boca...hj é doce...amanhã não sei...mais tb precisamos do amargo pra poder balancear as estruturas divinas que existe dentro de cada um." Anjo

Anjo disse...

Já estou vendo o mar contigo....sentindo a areia suave a tocar nos pés descalços...a chuva fina também combina com o momento....então o ficar quietinho...sentindo o amor do lado é muito bom...faz ferver as águas da vida que até ontem pareciam mornas....é o ciclo natural gritando por um amanhã diferente...se renda.

Anjo disse...

Aqui tem colo...tem verbo...tem verso...e quem sabe até um cantinho...prá esconder tuas dores...falar dos desamores e sorrir por nada...mais se a opção for ficar em silêncio...vem, que eu fico quietinho...só te olhando de um canto da sala...e pintando um retrato mental do teu momento...prá guardar no meu albúm de recordações da vida.

Anjo disse...

Toda borboleta tem o seu momento de metamorfose....

Dira disse...

vem comigo, anjo?

Dira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dira disse...

quis dizer:
materialize-se, pule do prédio, até que sinta dores de gente e possa vir, materialize-se em mim.

Anjo disse...

A vida certas vezes como um punhal afiado...crava em nosso peito determinadas dores para as quais ainda não fomos preparados...deixa escorrer todo o nosso sangue e quando pensamos que as forças estão se esgotando...o soro chega em pequenas doses...alimentando as nossas fragilidades....aperta os teus mecanismos de defesa e fica em pé....se apoia em mim se preciso for

Anjo disse...

Já quis destruir muitas coisas na minha vida...menos os CDs dd MPB...não poderia viver sem eles!Gosto de boa música

Dira disse...

"perta os teus mecanismos de defesa e fica em pé....se apoia em mim se preciso for"

é que estou fazendo agora.

Anjo disse...

Às vezes no verão, sou barquinho de papel....sei que não posso correr riscos...mais em outros outonos já me transformei em Carro Forte com uma blindagem pesada...e não sei qual roupagem devo usar hoje...mais se for para recompor a voz do verbo que me alimenta ...viro escorra em qualquer momento é só pedir,...estou aqui!

Dira disse...

eu quero q venha com a sua pele. só isso. nem mais nem menos. nem se enfeite, nem coloque perfumes. qualquer coisa que puseres sobre ti q n seja de ti soará outras páginas. tem água aqui, esqueceu? então, vem do jeito q estiver.
tire as blindagens, anjo. para que elas servem?