segunda-feira, novembro 02, 2015

(trocou as pernas pelas palavras e saiu cruzando letras por aí até esbarrar no olhar que a abraçou de corpo inteiro).
(vestia o olhar quando as palavras não lhe cabiam no corpo e ainda assim deixava displicentemente a camisa aberta de sonhos...)

Dira Vieira

domingo, novembro 01, 2015

Não há dignidade no amor que não encontra pouso no outro. Como cigano, quem ama sozinho acostuma-se a desarmar a barraca toda vez que o coração nos manda embora.

Dira Vieira
kamikase


a palavra
desceu a goela
abaixo
e fez rios
onde mora a alma
das cores
(morro em tua boca
cada sílaba dessa língua horta)

Dira Vieira
Capitão dos ventos

atemporal. o beijo é o tempero guardado entre os dedos. e toda sílaba
suspira em si mesma em tanto rodeio. é de outro, o tempo o calor e o pelo. caixa de guardados e chaves jogadas fora. mantenho bem preso o remorso, culpa de desistir assim tão cedo...
eu mantenho a mim mesma entre grades até que a palavra, lavada e lambida, descolore um coração cravado de esperas.
não era assim em vermelho a tua boca de dizer bom dia. quero o que me falta em tempo até o que foi seja exposto em vísceras possa se declarar gente. porque em mim toda fome é fera e toda a calma, brisa que já foi tempestade entre os dedos.

Dira Vieira

segunda-feira, abril 06, 2015

Porque toda comparação é falha

Alejandro Sanz - Não Me Compares ft. Ivete Sangalo: https://youtu.be/G7JLoOKefvQ

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Para anoitecer as vontades 2

que as tuas pernas
se confundam
entre as minhas

e que tuas mãos
produzam
em mim
uma poesia
nua
sem sombras de culpas
e meias verdades.

domingo, fevereiro 15, 2015

Uma canção pra você

Eu queria uma canção que chamasse de minha. Uma canção que dançasse pra você sorrir. Eu queria uma canção que me ensinasse e entender as partidas e as despedidas sempre tão doloridas.
Há um azul em mim e uma vontade de correr mundo a fora sem explicações ou roteiros fixos e saudades. 
Eu queria uma canção que não te fizesse ir embora toda vez que pensou em voltar. Que me fizesse casa e porto seguro. Uma canção que dedilhasse mapas e florestas na tua pele sobre a minha. Eu queria uma canção com o teu nome. E que eu a cantasse até que a lua cheia me trouxesse você.