sexta-feira, março 30, 2012

Anjo



E todos dos dias, entre uma guerra e outra, soletro o seu nome para nunca esquecer de mim. Um dia essa dor acaba, essa lágrima seca e essa falta se enche da tua presença em mim.

Saudade, anjo. Cada palavra sua, cada toque, cada aparição repentina e do nada me inspira, me renova e renova em mim as suas penas. 

terça-feira, março 27, 2012

e quando você vier...



a fome é o avesso do homem e o que me consome toda vez que penso em você. É entrar por uma porta, sair pela janela, pintar o quadro sobre a paisagem morta e ver você em 3D.  Eu sinto fomes, quase insuportáveis de dizer. Dessas que as pessoas não compreenderiam e achariam um absurdo, mas cada vez que fecho os olhos é a tua pele que se desenha o seu olhar sobre o meu. Pele de umidades e de desejos.

sim, eu tenho a fome de todo o dia, a hipocrisia de não dizer abertamente que eu o amo. Assim, meu amigo, aberto o livro em que escondo de ti a palavra vida soprada na minha cara com um gosto de chocolate que arde entre os meus punhos...

[é a tua mão que arde entre a minha, é a tua pele que escorre entre os meus dentes, é a tua falta que escreve em mim a tua poesia]

e eu te desenho em branco e preto, com a esperança de que um dia, a cor da minha voz seja a tua melodia e a minha falta seja o que te escreve fome nas tuas entranhas.
porque tudo em mim é você e o que me falta ainda tem a tua assinatura em branco de detalhes. 

a minha mão repousa sobre a tua ausência e cobre as tuas asas que se espalmam em mim. tu és o q me falta e a rua fica mais larga quando a tua palavra cala e some entre as entrelinhas.

o que me sobra é o que tu calas. e quando vens, eu respingo em festa e tudo em mim acorda e sonha.

Dira Vieira

sábado, março 03, 2012