Para C.
Ele arde em minha boca como pimenta doce. Arde a alma. Arde a saudade, arde a vontade de tocá-lo: pele, olhos, língua de mil palavras. Silêncio que me faz gritar quando a sua boca toca a minha alma.
Ele arde em mim como pimenta de cheiro e incendeia a sala, e o quarto. Tem um cheiro de bebê que me provoca maternidades e incesto. O meu amor, tem o cheiro de quem nunca volta e mãos que me contornam o hálito de chocolate quente.
Ele é quente. Um calor de esperas e expectativas até quando diz que não volta.
Ele mora em mim mesmo quando insiste em voar fora. Porque todas as vezes que o decifrei ele mudou a rota. E todas as vezes que o comi, ele era paisagem morta na minha boca.
O meu amor é porta e rio e abismo onde eu me tranco por fora e me afogo de ausências.
Dira
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